Prática Cultural Que Resiste

Sem data. Fonte: Arquivo fotográfico da Câmara Municipal de Arraiolos

Perde-se na escuridão dos tempos a data da fundação ou aparecimento das Festas em Honra de Nª Srª da Consolação. Apesar de existir na população local de Igrejinha um certo sentido de antiguidade secular das mesmas, não surgiu, até ao momento, documentação disponível que nos consiga localizar no tempo, com rigor histórico, uma data para o seu surgimento.
As Festas não se encontram referenciadas nas Memórias Paroquiais de 1758, ao contrário do que acontecia noutras localidades em que todas as festividades eram referenciadas nas respetivas Memórias. Assim como em nenhuma das publicações locais de final de Séc. XIX, princípios de Séc. XX disponíveis e consultadas no Fundo da Biblioteca Municipal de Arraiolos se encontraram referências às ditas Festas.
O documento mais antigo que foi possível consultar, num fundo particular e nunca publicado, data de 1837 e trata-se de um Auto de Sessão, datado de 30 de Agosto desse ano, determinando a realização das Festas, conforme pode ler-se na parte final do documento:

“Auto de reunião, digo cessão de 30 do mês de Agosto de 1837
Anno do Nascimento de N. S. Jesus Christo de Mil oitosentos e trinta e sete, aos trinta dias do mês de Agosto do dito Anno na Saquestia da Parochial Igreja de N.S. da Consolação da Igrejinha do termo de Arraiolos tendo reunida a Junta de Parochia, o Senhor Presidente declarou aberta a Cessão e por não ….e digo cessão e determinando se fizesse a festa de N.S. na forma do costume e para constar manda-nos fazer este Auto que todos assinarão e Eu Francisco Silva o Escrevi….”

Este Auto, que nos sugere ter existido festa já antes desta data foi assinado também por Bento Jozé da Fonseca e Jozé de Mira e terá escapado ao fogo que queimou muitos outros documentos da mesma época, aquando da realização de grandes obras na Igreja, após o 25 de Abril de 1974. Segundo relatos dos habitantes locais que afirmam que tal aconteceu.

Não obstante não são mencionadas as décimas nem qualquer outro aspeto relacionado com o Programa Festivo. Porém, Genésio Pontes, um dos decimeiros mais antigos, nascido no ano de 1934 conta que, a primeira vez que foi à Festa, foi no ano de 1939-1940 e já havia decimeiros.

 

 

Essa dor só encerra
Quando regressa do Ultramar
Foi esse bem alcançar
Os filhos da nossa terra

Genésio Pontes, 2000

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